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ENTREVISTA - ALFREDO GUIMARÃES GARCIA


 

POEMAS POLÍTICOS SÃO DESTAQUE EM NOVO LIVRO DE ALFREDO GUIMARÃES GARCIA, QUE SAI PELA EDITORA FOLHEANDO

Ganhador em 2013 e 2016 de premiações do Governo do Estado do Pará, quais sejam as dadas aos livros de Poesia "Frutos Diáfanos" (IAP, 2014) e "Os dias e outros poemas" (FCP, 2017), o escritor Alfredo Guimarães Garcia passou o período de 2016 a 2018 como boa parte dos brasileiros, acompanhando as peripécias políticas que resultaram no impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, ascensão de Michel Temer e, em outubro passado, a eleição de Jair Bolsonaro.


Escritor, jornalista e professor do ensino superior, Garcia usou as redes sociais, especialmente sua página no Facebook (perfil pessoal como Alfredo G. Garcia) para dar vazão à sua indignação e perplexidade com aqueles momentos históricos e políticos do país, transformados pela linguagem poética. O resultado está consolidado no novo livro que se chama "Comícios", que sairá pela editora paraense Folheando.

Na entrevista abaixo, Garcia fala sobre o livro, Literatura e outros temas afins.

POESIA

"Desde que iniciei meu processo de escrita, que a Poesia é meu carro-chefe, minha locomotiva. Já fui muito premiado nesse gênero, já publiquei alguns livros, e tenho mais originais não publicados do que eu possa imaginar. Uns é provável que nunca publique. Mas sinto uma empatia com o fazer poético que me move até o poema. O desafio de temas e recursos da linguagem a serem usados é sempre novo e me renova também".


VENDAGEM

"Poesia não vende né? Escuto isso há mais de trinta anos. É um mantra maligno. Acho que isso é relativo. Vende pouco, mas vende. Talvez o problema seja de um déficit nosso, poetas, de não buscarmos uma linguagem mais chã, próxima do leitor. É uma hipótese, mas não é a única".


POLÍTICA

"Todos somos seres políticos, movidos pela política. Ocorre que o cidadão comum confunde a arte que é a Política com as artimanhas dos políticos eleitos. Eu sou um ser lítero-político. E isso move minha Literatura para esse viés".


ENGAJAMENTO

"Não sei se eu faço poesia engajada. Eu reajo aos acontecimentos no fervor da hora. Claro, isso fica evidente no conjunto de poemas do livro, tenho uma tendência, um viés ideológico. Isso é forte. Mas deixo sempre à mostra a crítica social, seja num poema metrificado ou de versos livres".

LIVRO

"O Carlos Drummond de Andrade dizia que era fácil fazer um livro de poemas. Bastava reunir os que o autor havia escrito ao longo de um determinado tempo. Foi um pouco o que fiz com esse novo livro. Comecei a escrever os poemas em abril e maio de 2016. Uns surgiram em viagens no itinerário Belém-São Paulo-Belém, outros em passagens minhas por diversas cidades do Rio Grande do Sul. São temáticas dele desde o impeachment até a recente eleição presidencial, o movimento #elenão, etc."


EDIÇÃO

"O livro ser publicado deve-se ao crédito que o amigo e editor Douglas Oliveira dá aos meus textos. Ele me propôs essa tarefa. Tanto que a edição inicial deve ser estritamente eletrônica, no formato de e-book. Depois avaliaremos se será impresso. Disse a ele que é uma aposta grande que a editora Folheando fará, logo em mim, um autor que não e citado em listas dos dez mais que devem ser lidos, nem incensado pela academia como poeta, está fora do cartel dos autores canonizados, etc. Mas ele crê tanto na força do livro que acabou me convencendo. Vamos à luta!".


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